quarta-feira, 11 de julho de 2007

Nota de solidariedade à CIPLA/FLASKÔ (fabricas ocupadas)

Tirem as mãos das fábricas ocupadas!
Por uma rede de solidariedade a luta dos trabalhadores.
 
            Atualmente a burguesia e o governo Lula vem realizando um intenso ataque em duas fábricas que estão ocupadas e produzindo sobre controle dos próprios trabalhadores há quase cinco anos, a CIPLA/Interfibras de Joinville-SC e a Flaskô de Sumaré-SP. No dia 31 de junho, cerca de 150 homens da Polícia Federal invadiram a CIPLA e a Interfibra com ordens judiciais e mandatos de prisão contra os dirigentes das fábricas, demitindo cerca de 100 operários, a começar pelos membros do Conselho de Fábrica eleitos em assembléia. Não tardou para que esta intervenção chegasse até a Flaskô. Estas ações fazem parte de uma ação reacionária por parte do governo Lula, aliado do capital e do imperialismo, para atacar os trabalhadores.
            No caso da Flaskô, a intervenção foi mais escandalosa, pois os "paus-mandados" não tinham respaldo jurídico para intervir nesta fábrica. Mas como estas duas atuam conjuntamente, num sistema interligado de produção e comunicação, é fundamental para a patronal acabar com as duas fábricas de uma só vez. Entretanto, não foi tão fácil assim em Sumaré. No dia 20 de junho, logo após intervirem na fábrica demitindo três dirigentes, os trabalhadores reagiram paralisando a produção. No dia seguinte, os operários, em conjunto com outros movimentos e entidades que vieram prestar solidariedade à Flakô, expulsaram o interventor da fábrica. Este, então, partiu para a sabotagem, articulando com a CPFL, empresa privatizada que estava negociando as contas de energia atrasadas com a Flaskô, o corte de sua energia, que acabou acontecendo no dia 27 de junho às 17h55. O corte foi revertido, após uma ação judicial que obrigou a CPFL a religar a energia.
            Na maioria dos casos, as ocupações de fábricas surgem como o último recurso dos trabalhadores para manterem os seus empregos. Trata-se de uma ação radical contra o capital, inadmissível nos marcos do regime burguês e da propriedade privada. Em todos os processos de ocupações de fábricas que aconteceram na história, o aparato burguês se mobilizou para destruí-las: da patronal e suas entidades, passando pela polícia e a justiça, até os governos. Necessitam de todos estes recursos porque sabem que uma ocupação de fábrica é uma experiência que os trabalhadores não podem adquirir: aprendem a gestionar a fábrica e descobrem que não necessitam do patrão; aprendem que podem racionalizar a produção de uma fábrica, e concluem que também podem planificar a economia nacional; e que se podem controlar uma fábrica, podem controlar um país; ou seja, experimentam a concretude da construção uma sociedade sem dominação capitalista e sem classes.
            O governo Lula necessita acabar com estas ocupações, assim como os cada vez mais freqüentes processos de luta da classe operária, pois precisa cumprir seus compromissos com a burguesia e o imperialismo, abrindo espaço para que estes lucrem mais pela exploração. Somente atacando os trabalhadores, como é o caso da restrição ao direito de greve, conseguirá implementar de forma "tranquila" as reformas neoliberais (trabalhista, sindical, previdenciária) . Qualquer luta dos trabalhadores que venha no sentido contrário, é uma ameaça a estes projetos.
           Estes ataques não se dão apenas no Brasil, no entanto, mas em todo o mundo. Na Venezuela, o governo de Hugo Chavez, que para muitos lutadores é um governo na América Latina à esquerda de Lula e que se iludem com o discurso de socialismo do século XXI, reprimiu com a polícia e a Guarda Nacional os trabalhadores da fábrica ocupada Sanitários de Maracay no dia 24 de abril, quando estes faziam uma marcha pela estatização da fábrica sob controle operário. Chavez precisou reprimir, pois sabe que esta reivindicação é contrária a sua atual política de semi-nacionalizaçã o com indenização aos patrões. Como resposta, os trabalhadores e trabalhadoras da região organizaram uma importante paralisação operária regional de mais de cem fábricas no dia 21 de maio, em solidariedade a esta importante luta e contra a repressão. Este é um exemplo de solidariedade operária que devemos seguir no Brasil. O Sindicato dos Químicos de Campinas, que representa o segundo ramo mais importante da produção industrial da região, que atualmente é dirigido por um setor do PSOL, deveria organizar uma grande campanha em defesa da Flaskô e organizar uma paralisação da produção em diversas fábricas da categoria caso a Flaskô seja atacada mais uma vez.
            Nós, do Movimento A Plenos Pulmões, que lutamos em cada universidade por um movimento estudantil aliado aos trabalhadores, queremos organizar uma rede de solidariedade a Flaskô contra a intervenção e a repressão. Achamos que devemos seguir o exemplo dos companheiros estudantes de Neuquén (Argentina), da Universidade de Comahue, que se ligaram aos trabalhadores da fábrica Zanon, quando esta foi ocupada e colocada sob controle operário em 2002. Achamos que os estudantes podem cumprir um papel importante nesta luta, não apenas estando ombro a ombro nos piquetes contra a intervenção, mas também disponibilizando os recursos e o conhecimento da universidade a serviço da manutenção e expansão das fábricas ocupadas sob controle operário e de todas as lutas operárias.
 
- Nenhuma intervenção contra a Flaskô;
- Fora interventores da CIPLA;
- Nenhuma repressão aos lutadores da CIPLA e Flaskô;
- Que os Sindicatos da região de Campinas organizem uma rede ativa de solidariedade à Flaskô;
- Que a CUT, Força Sindical, Conlutas e Intersindical organizem uma campanha nacional em defesa das fábricas ocupadas do Brasil, Venezuela e Argentina;
- Pela estatização sem indenização de todas as fabricas ocupadas sob controle operário.
 
 
Movimento A Plenos Pulmões


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segunda-feira, 9 de julho de 2007

MOÇÃO PUBLICA EM DEFESA DA LUTA DOS TRABALHADORES DAS FABRICAS CIPLA E INTERFIBRA DE JOINVILE – SANTA CATARINA

                  Partido dos trabalhadores

Diretório Municipal de Joinville

 MOÇÃO PUBLICA EM DEFESA DA LUTA DOS TRABALHADORES DAS FABRICAS CIPLA E INTERFIBRA DE JOINVILE – SANTA CATARINA

O Diretório Municipal do Partido dos Trabalhadores, reunido em 07  de julho de 2007 manifesta-se por consenso à sociedade Joinvilense contra a intervenção judicial decretada nas empresas Cipla e Interfira.

Manifesta-se, incondicionalmente, à defesa dos trabalhadores(as), ao processo autogestionário de administração, à garantia e manutenção dos postos de trabalho e à livre organização da classe trabalhadora na defesa de seus interesses;

Rechaça toda e qualquer operação que utilize a  força militar ou civil, similar, a que foi utilizada no processo de intervenção no dia 31 de maio de 2007, por entender que fere a democracia, o direito e criminaliza, por antecipação, a classe trabalhadora;

Requer o fim imediato da intervenção, a anulação dos atos do interventor, a convocação imediata de uma assembléia geral dos trabalhadores.

Compromete-se na defesa da transparência e ética, de conduzir a política e o debate com os militantes para que, em conjunto com as entidades do movimento sindical, popular e social e o poder publico, busquem alternativas de gestão para as fabricas cipla e Interfibra.

Manifesta a defesa e solidariedade aos dirigentes e figuras públicas, alvos de calunia, criminzalização, difamação e formação de juízo antecipado.

Joinvile, 07 de Julho de 2007.

sábado, 30 de junho de 2007

Ato Madri (Espanha) de apoio


Solidariedade com Cipla - reunião com representante da Emabaixada do Brasil em Madrid
escrito por União dos estudantes quarta-feira, 13 de junho de 2007.



A 12:00h do dia de hoje, na Embaixada do Brasil em Madrid, uma delegação solidaria com os trabalhadores de Cipla, dirigidos pela união dos estudantes se encontraram com um representante da Embaixada. Manuel da Fonte, e nome da organização dos estudantes e de organizações diferentes em apoio aos trabalhadores de Cipla, expressara a Jose ilberto Scandiucci, chefe do setor econômico e de cooperação da Embaixada, o fato inadmissível que em um país governado por Lula, que foi eleito presidente pelos trabalhadores e pelos setores os mais pobres da sociedade, uma ocupação da polícia em uma fábrica ocupada tenha ocorrido, e cujos os trabalhadores pedem somente a manutenção dos trabalhos.
A entrega da carta de apoio foi feita também acompanhada do protesto de dez sindicatos, e que se ampliará nos dias seguintes.
O representante da Embaixada comprometeu-se a transmitir diretamente as resoluções ao ministro da justiça e as autoridades competentes em Brasil e também a uma resposta por escrita da Emabaixada à carta dada pela união dos estudantes na qual o fim da intervenção das polícias na Cipla foi exigido.
Esta iniciativa é um exemplo da campanha internacional do solidariedade com a Cipla.
O ministro do interior proibiu a concentração que foi prevista para hoje na frente do Embaixada.

Apelo de Alan Woods em defesa de trabalhadores/as da Cipla



Apelo de Alan Woods em defesa de trabalhadores/as da Cipla

Por alan woods 12/06/2007 às 17:58

Escritor e militante inglês, dirigente da (Corrente Marxista Internacional) que impulsiona, em vários países do mundo, a campanha contra a intervenção na Cipla.
?Com a mais absoluta indignação, inteirei-me da ocupação brutal da fábrica Cipla em Joinville (Brasil) por parte das forças repressivas do Estado e da demissão dos dirigentes operários. É incrível que sob um governo encabeçado por Lula, presenciamos ações deste tipo que nos recordam aos lamentáveis dias de governo militar em Brasil.
Tive a honra de participar na Conferência Panamericana de Fábricas Ocupadas que se celebrou em Joinville no mês de dezembro passado, na fábrica Cipla, com a presença a mais de 1.000 trabalhadores. Ali pode se ver o tremendo espírito de luta destes trabalhadores e a forma maravilhosa pela qual dirigiam a fábrica sob o controle dos trabalhadores. As instalações estavam limpíssimas e muito bem dirigidas em todos os níveis.
Os trabalhadores administravam a fábrica de uma forma mais eficiente que qualquer empresa capitalista privada, demonstravam um orgulho óbvio e justificado ante suas conquistas.
O único "crime" dos trabalhadores da Cipla foi lutar pelo direito a trabalhar e aprender a ganhar- um pedaço de pão para suas famílias. Os proprietários tinham levado a fábrica à falencai e a ruína, fazendo inevitável o fechamento. Os trabalhadores salvaram-na e têm-na estado dirigindo sob controle democrático. Sua luta inspirava aos trabalhadores de todo Brasil e do resto das Américas. Criaram condições modelos para a fábrica, incluída a jornada de 30 horas semanais, enquanto seguiam produzindo com uma grande eficácia.
A situação era intolerável para os empresários decididos a terminar com a ocupação, já que estavam a converter-se num ponto de atenção para os trabalhadores militantes. É a única razão do ocorrido na semana passada em Joinville. É evidente que os capitalistas e seus agentes no Estado, querem dar um exemplo aos dirigentes da ocupação. Não só lhes despediram, mas também os ameaçaram com prisão e julgamento. Se os empresários saírem-se como vitoriosos, daria luz verde aos ataques contra outros trabalhadores e camponeses que estão a lutar por seus direitos em Brasil. É um dever elementar de todos os trabalhadores, sindicalistas, socialistas e progressistas, defender aos trabalhadores perseguidos de Cipla e protestar contra este ato de repressão injusto e arbitrário. O governo de Lula foi eleito com os votos de milhões de trabalhadores e camponeses pobres para que representasse seus interesses, não aos dos banqueiros, capitalistas e latifundiários. Os trabalhadores do Brasil e de todo mundo não esperam que Lula e seu governo atuem como fizeram no passado os governos de direitas anti operários! Faço um apelo a todos os trabalhadores para que enviem cartas de protesto às embaixadas e consulados brasileiros dirigidas a Lula e o governo.
O movimento operário internacional deve pressionar imediatamente às autoridades brasileiras para que retirem todos as ameaças contra os trabalhadores da Cipla e os reincorporem imediatamente a seus postos de trabalho e posições.

Enviem mensagens de apoio aos trabalhadores de Cipla e expressai vossa solidariedade com ações de protesto. Que os trabalhadores brasileiros saibam que não estão sozinhos.
Levantemos nossa voz condenando esta monstruosa injustiça contra trabalhadores que estão lutando por seus direitos básicos.

Um ataque contra um é um ataque contra todos!
Trabalhadores do mundo uni-vos!

Londres, 6 de junho de 2007

Ato na Inglaterra em Apoio a Cipla

Protesto na Embaixada Brasileiras na Inglaterra em apoio a Cipla e as fábricas ocupadas Brasil

Hoje, Terça-feira, 12 de Junho, uma estaca foi organizada fora da Embaixada Brasileira em Londres, em apoio aos funcionários de Cipla e Interfibras em Joinville, Santa Catarina, o Brasil. O objetivo da estaca foi chamar a atenção do Embaixador a situação séria que se desenvolveu em duas das fábricas ocupadas no Brasil.
Houve uma estaca viva de aproximadamente vinte unionistas comerciais e membros de Partido de Trabalho, o grito "Transmite Cipla" e outras frases de propaganda. O pessoal de Embaixada tinha aceitado antes da estaca receber uma delegação para discutir as questões que nos concerniram. Jorge Martin, o Secretário Internacional das Mãos da Campanha de Venezuela e Fred Weston foi recebido por um funcionário de embaixada para ouvir o que tivemos de dizer.
Explicamos o contexto à situação que emergiu em Joinville. Demos uma breve exposição de como os funcionários tinham ocupado as fábricas e os tinham estado dirigindo com sucesso no controle de funcionários. Os funcionários têm tido de repelir constantemente tentativas dos tribunais de agarrar os ativos das fábricas para pagar as dívidas dos proprietários prévios. Mas a maior parte dessas dívidas são de fato com o próprio estado. Por isso, a exigência dos funcionários que essas fábricas ser nacionalizado fazem sentido até de um ponto puramente financeiro da visão: o estado recuperaria as suas dívidas e os funcionários podem continuar produzindo, conservar os seus empregos e de fato criar a prosperidade.

Continuaremos a nossa campanha até que a justiça seja assegurada.
Aqui fornecemos o texto da carta que foi entregue a Embaixada:


A sua Excelência José Mauricio Bustani,
Embaixador do Brasil ao Reino Unido da Grande Grã-Bretanha e a Irlândia do Norte, Embaixada do Brasil em Londres, 32, Rua Verde, W1K de Londres 7AT, Inglaterra 12 de Junho de 2007

Querido Senhor,
Nós gostaríamos de chamar a sua atenção um evento sério que se realizou em Joinville, Santa Catarina, no dia 31 de Maio. Nas ordens do Juiz doctor Oziel Francisco de Sousa, 150 membros pesadamente armados da Polícia Federal invadiram a fábrica CIPLA e assumiram as instalações, com um mandato para deter os membros do comitê fabril. O mesmo aconteceu na fábrica Interfibras.
O Juiz impôs um administrador especial, que passou imediatamente a despedir 50 funcionários, entre eles o todo o Comitê Fabril eleito. A Polícia Federal foi desde então substituída por guardas privados, que entendemos estiveram pressurizando os funcionários para aceitar a intervenção do Juiz. As últimas notícias que temos são que os funcionários saqueados começaram agora a receber cartas oficiais que anunciam a sua despedida "pela justa causa", que significaria que esses funcionários perderiam todos os seus direitos.
O CIPLA foi dirigido pelos funcionários depois que os velhos proprietários o tinham abandonado deixando uma montanha da dívida. Os funcionários assumiram a fábrica, assim salvando mais de 800 empregos e estiveram dirigindo-o com sucesso desde então. Mas eles foram embaixo da pressão constante das autoridades para pagar a dívida dos velhos proprietários. Fazer assim pensaria levar à falência a fábrica com a perda subseqüente de mais de 800 empregos.
Os funcionários estiveram exigindo que o governo de Lula nacionalize as fábricas, como as dívidas são principalmente com o estado. Em vez disso agora temos uma situação como delineado em cima. A dívida foi acumulada por proprietários que entendemos estão sendo investigados para a corrupção e outras más condutas.
Como membros de Sindicatos Britanicos, dirigentes de sindicatos, membros do Partido de Trabalho, inclusive o membro do parlamento de John McDonnell, somos muito preocupados com o que se está realizando em Joinville.
Solicitamos que você transmita o nosso assunto às autoridades no Brasil e os peça intervir e pôr fim imediatamente na perseguição dos funcionários e a gerência do CIPLA e fábricas Interfibras. Solicitamos a retirada dos guardas de segurança privados das fábricas e permitimos que a gerência eleita entre sem a ameaça da detenção, que as despedidas ser retirado e que os funcionários ser permitido encontrar-nos em uma reunião e livremente determinar o seu próprio fado.
A Polícia Federal não deve ser usada contra os funcionários que estão fazendo apenas a defesa dos seus empregos e sustento. Eles não são criminosos!
Já tomamos esta pergunta em cima de em vários congressos de união comerciais na Grã-Bretanha, como a lista atada de assinaturas testemunha. Continuaremos fazendo campanha nesta questão até que os funcionários sejam justamente reinstalados no seu lugar do trabalho.

Agradecimento,
Jorge Martin, Secretario internacional da Campanha Mãos Fora da Venezuela,
John McDonnell MP Hayes & Harlington
Jeremy Dear Secretario Geral do Sindicato Nacional dos Jornalistas
Rob Sewell NUJ Central London Branch, Vice Chair
Steve Jones NUJ Central London Branch Treasurer
Sylvia Sharpe NUJ Book Branch Vice Chair
Rachel Heemskerk Regional Secretary PCS, East of England
Martin Page Branch Chair Leicester PCS
Matt Wells PCS Defra Assistant Organiser
Councillor Phil Waker, Dagenham
Any Blake CWU Secretary No 7 Branch, London
Andy Viner ASLEF Steward, London
Ron Grave UNISON Branch Secretary East Anglia NHS Branch
Mark Turner UNISON Secretary, Cardiff Branch
Mike Gaskell AMICUS Secretary Construction Branch, Merseyside
Ian Woodall TGWU Official, Southampton

Ato na Dinamarca em apoio a Cipla



Hoje 12 de Junho, Socialistisk Standpunkt e Tirem as Mão da Venezuela (Dinamarca) protestara fora da embaixada brasileira na Dinamarca contra a repressão na fábrica CIPLA no Brasil. No fim do protesto uma carta foi entregue à Embaixada, que reproduzimos aqui com uma foto.

Ao Embaixador da Embaixada Brasileira na Dinamarca

Escrevemos que esta carta o informe sobre, e o protesto contra, alguns eventos no Brasil que encontramos muito perturbador. Esperamos que você leia isto e o tomará em cima de com a gente na carga no Brasil.
Os funcionários da fábrica CIPLA ocupada foram surpresos a manhã do dia 31 de Maio por 150 homens pesadamente armados da Polícia Federal, que invadiram a fábrica para deter os membros do comitê fabril.
Depois quase cinco anos da luta para salvar os seus empregos e proteger os seus direitos, todo o tempo convidando o governo federal a nacionalizar as fábricas como proposto pelo BNDES (Banco de Desenvolvimento Social e Econômico Nacional) os funcionários agora encontram-se ameaçados pela Polícia Federal e com o risco de perder os seus empregos.
O único "crime" dos funcionários CIPLA deveu lutar pelo direito de trabalhar e ganhar uma crosta do pão de pão das suas famílias. Os proprietários tinham trazido a fábrica ao ponto de bancarrota e ruína, fazendo fechamento inevitável. Os funcionários salvaram a fábrica e guardaram-no correndo no controle de funcionários democráticos. A sua luta foi uma inspiração a funcionários em todo Brasil e o resto das Américas. Eles estabeleceram condições modelares da mão-de-obra, inclusive uma semana de 30 horas, continuando produção com a grande eficiência.
Queremos que a perseguição dos funcionários e a gerência da fábrica CIPLA pare imediatamente. Solicitamos que a Polícia Federal seja retirada da fábrica e permitir que a gerência introduza a fábrica sem a ameaça da detenção, e que os funcionários ser permitido encontrar-se em uma reunião e livremente determinar o seu próprio fado.
A Polícia Federal deve ser dirigida contra o corrupto e os narco-comerciantes e não contra os funcionários!

Cumprimentos,

Professores de Marilia (São Paulo) apoiam

Moção Encaminhada ao governo federal


Prezados senhores:


Vimos por meio do presente externar nossa preocupação e desacordo com a intervenção judicial nas empresas CIPLA e INTERFIBRA que, desde 1º de Novembro de 2002, encontram-se sob o controle e administração dos seus próprios trabalhadores.
Ainda mais preocupante é o fato do cumprimento da decisão judicial ter sido sustentada por um aparato policial federal de mais de 150 homens, e por intervenção solicitada em processo movido pelo INSS.
Somos professores-pesquisadores do Programa de Pós-Graduação em Educação, da Faculdade de Filosofia e Ciências da UNESP, Campus de Marília, São Paulo.
Em outubro de 2006, durante uma semana, estivemos na CIPLA colhendo materiais que nos permitissem compreender o que se passava na fábrica, investigando a organização do trabalho sob a gestão dos trabalhadores e, também, procurando detectar quais medidas educacionais estavam sendo adotadas para que os trabalhadores se adequassem à nova condição.
A investigação nos mostrou uma realidade surpreendente e em muitos pontos admirável. Os trabalhadores chegaram a essa condição porque se empenharam na defesa dos direitos trabalhistas e sociais que lhes estavam sendo denegados pelos proprietários originários e também, porque diante da difícil situação do mercado de trabalho, valorizaram sobremaneira os postos de trabalho que seriam perdidos com o fechamento iminente da fábrica sob a antiga administração.
Dada a situação falimentar do empreendimento, as dificuldades enfrentadas pelos trabalhadores foram enormes. Contudo, munidos de determinação, capacidade de sacrifício pessoal e engenho, eles não apenas mantiveram a fábrica funcionando, como também conseguiram melhorar muitos quesitos da produção e da administração. Assim, em nossas observações in loco pudemos notar a boa organização da produção, a disciplina reinante, a estrutura democrática da tomada de decisões, e as várias atividades de educação inovadoramente engendradas pelo coletivo de trabalhadores.
Apuramos, também, que a maior parte da dívida contraída pelos proprietários originários da empresa - ora objeto de questionamento- foi com organismos do Estado. E, segundo os vários indícios levantados, esse tipo de endividamento constituiu uma espécie de estratégia por parte dos antigos gestores. No entanto, embora esse fenômeno tenha transcorrido durante anos, a empresa jamais foi alvo de intervenção, muito menos sob a forma drástica ora posta em prática.
Portanto, solicitamos imediatas providências dos Ministérios, para que seja suspensa a intervenção judicial, com o retorno da legítima direção da empresa eleita pelos trabalhadores, bem como com a assunção de medidas oficiais que possibilitem aos trabalhadores a viabilização do empreendimento e concomitante preservação de postos de trabalho inestimáveis.

Aguardando que o bom senso prevaleça.


Atenciosamente

CANDIDO GIRALDEZ VIEITEZ
NEUSA MARIA DAL RI